sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fé: um princípio de poder

Cheguei agora há pouco das visitas de mestre familiar, tomei um banho e senti desejo de ler um livro. Passei os olhos rapidamente pela estante e decidi ler Lectures on Faith (Dissertações sobre fé - não existe tradução para o português), uma coleção de anotações feitas por alguns irmãos, que assistiram uma série de palestras dadas por Joseph Smith, sobre fé.

Li, por enquanto, apenas a primeira das dissertações e senti-me tocado por alguns ensinamentos-chave, os quais gostaria de compartilhar com os leitores do blog.

Logo de começo há uma análise de Hebreus 11:1, que diz "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem."

Sobre essa escritura, Joseph Smith extraiu dois princípios relativos à fé. O primeiro é de que a fé é a certeza que temos da existência de coisas que não vemos; o segundo é de que a fé é o princípio ativo, a motivação para agir, em todos os seres inteligentes.



Geralmente é fácil compreendermos o primeiro princípio comentado pelo profeta, de que a fé é a certeza da existência de coisas que não vemos. Por exemplo, não vemos Deus. Contudo, sabemos que Ele existe. Não temos diante de nós as placas das quais Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon; mas sabemos que elas existem e que a tradução feita é verdadeira. Não vemos o reino celestial e suas mansões, mas sabemos que ele existe e que o Senhor está preparando-nos uma morada lá.

Agora, confesso que compreender a fé como um princípio de ação, uma causa motriz ou motivação para agir, nem sempre é fácil ou claro. Joseph, contudo, nos ensina a perceber essa nova característica do divino atributo da fé.

Se meditarmos e considerarmos nossa própria vida, veremos que tudo que alcançamos e esperamos alcançar, não se apresenta diante de nossos olhos imediatamente após os desejarmos. Num primeiro momento as coisas parecem estar ocultas, fora do alcance de nossa vista. Mas então utilizamos a fé, tendo a certeza de que aqueles objetivos estão lá, em algum lugar ao nosso alcance, e nos movemos para tentar alcançá-los.

Por exemplo, quando entramos na faculdade não vemos nossa formatura ou o emprego que ganharemos com nossa titulação, mas a fé de que essas coisas estão logo adiante nos move e então agimos para obtê-las.

O mesmo princípio se aplica a tudo em nossa vida: no casamento, por exemplo, casamos na esperança de que nosso cônjuge continuará a progredir e de que, juntos, herdaremos o reino celestial. Isso não está à nossa vista agora, mas temos esperança de que será alcançado se nos movermos e agirmos.

Se eu não tivesse fé de que alguém iria ler esse post e comentá-lo, eu simplesmente não o teria escrito!

Para finalizar, gostaria de compartilhar mais uma impressão que tive, a respeito de outra escritura velha conhecida de todos nós, Lucas 17:6 "Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria."

Geralmente vemos as pessoas dizerem que se nossa fé fosse do tamanho de um grão de mostarda, poderíamos fazer milagres. Hoje, ao reler essa escritura, percebi um outro aspecto, talvez ainda pouco explorado. O Salvador disse que se tivéssemos fé como um grão de mostarda. Eu acredito que uma semente de mostarda, como um ser vivo, tenha fé e, portanto, sem contemplar a si mesma como um grande árvore, aja e exerça essa fé, deixando-se crescer, dia após dia, pouco a pouco, até atingir a plena estatura que lhe estava oculta no início, mas que era-lhe uma esperança para o futuro.

Que possamos nós ter fé como um grão de mostarda.

Irmão Barcellos

Um comentário:

  1. Parabéns ao blog e ao irmão Rafael pelas palavras de doutrina que nos edificam. Eu mesmo me sinto uma pessoa cada dia melhor ao concentrar minha atenção aqui e edificar aquela fé que preciso para continuar. Abração!

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